terça-feira, 15 de julho de 2008

UM BOM PARTIDO NO SUPERMERCADO



Eu li numa dessas revistas especializadas (sempre tem uma revista especializada para ensinar a ter as coisas que ninguém nunca consegue e só você vai conseguir) que para se achar um bom partido, tem lugares próprios e específicos, provados cientificamente.


O bom partido que eu estou me referindo aqui, é um bom namorado, um bom marido e não um bom partido político, até porque esse termo já é um termo impossível, grafado com “vício de origem”.



Uma das dicas da revista é procurar numa seção de vinhos de um bom supermercado, não em um “atacadão”, pois lá só vai encontrar pinguço pegando vinho de garrafão, um tinto e um branco, para misturar em casa e fazer um rosé “pra muié”.



Outro lugar aconselhado são as seções de livros, pois parte-se do princípio de que quem se preocupa com a leitura é uma pessoa culta, fina e que tem muito para conversar e ensinar. Só é preciso ver qual corredor de livros essa pessoa está, pois se for alguém interessado em “Jack, O Estripador” ou “ A Biografia De Xuxa”, ou até mesmo as crônicas de “Bruna Surfistinha”, é melhor sair de fininho e ir em outro tipo de estabelecimento.



Se você quer achar alguém com dinheiro no supermercado, por exemplo, é só ficar junto à peixaria, mas colado aos camarões e salmões. Não desgruda deles. Quem chegar e comprar um desses pode ter certeza que algum dinheiro a mais essa pessoa tem. Mas observe bem cada movimento da presa, pois ou você passa o resto da vida comendo do bom e do melhor ou vai ter que se virar na zona para sustentar um pobretão metido a rico.


Se nunca aparecer ninguém, o que é mais provável, você corre o risco de, assim como tem a “Maria Gasolina” e a “Maria Chuteira”, ser conhecida por um termo mais nobre, como a “Maria Salmão”. É bem mais chique!


Apesar de todas essas dicas, eu me atrevo a sugerir para quem quer conseguir um bom partido, e que esse seja simples, carinhoso, fiel e firme em suas convicções, além de ser um amante à moda antiga, fique de prontidão na seção de farináceos, e agarre o primeiro homem que botar a mão em uma caixa de Maizena.


Só tem um problema: ele pode ser um debilóide que adora mingau e mora com a mamãe e leva para ela fazer para ele ou deve ser casado e com filho.


Ninguém disse que seria fácil.


Sérgio Lisboa.






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