sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

OUVIR OS SINAIS

Tem um filme com o Steve Martin, em que ele, na iminência de se casar com uma mulher totalmente sem escrúpulos, pergunta para o quadro da sua esposa, já falecida, se ela tem algo contra esse casamento e, se tiver, que mande algum sinal, qualquer que seja.
Desabam as paredes, cai o teto e ele, calmamente diz: - “Ainda espero algum sinal”.
Muito já se falou sobre os mistérios da vida e já se misturou todas as divisões da ciência com todas as divisões da religião, para tentar explicar sonhos, telepatia, telecinese, aparições, poltergeist, etc.
Eu acredito em sinais. Não vão pensar que sou um matemático obcecado por aritmética.
Eu disse que acredito em sinais sobre as coisas que estão acontecendo e que poderão acontecer.
Vocês nunca perceberam, quando vão procurar alguma coisa, e essa coisa é para uma boa causa, o destino ou alguma força externa, te auxiliam, como que te direcionando para o lugar certo?
Basta prestar atenção: as gavetas onde será inútil procurar, emperram, como se estivessem dizendo “não é aqui”, portas, a mesma coisa, sempre trancam, se ali não é o lugar procurado.
Só que isso não deve ser usado como desculpa para não arrumar mais as gavetas e as portas, pois também pode não ser sinal algum, e ser só um relaxamento doméstico e falta de um carpinteiro.
Outra coisa muito importante é que não adianta nada você ser um iluminado e receber sinais em maior número do que acessos a sites pornôs, e ter problemas de interpretação de texto, não conseguindo decifrá-los adequadamente ou o que é pior, entendê-lo de forma equivocada, gerando o que se chama no esoterismo de sinal com problemas de decodificação (é diferente do que acontece com a tv a cabo).
Muitas vezes, eu recebia vários sinais, dos meus credores, principalmente, só não os entendia, na sua essência, mas eu acho que é só por falta de uma sintonia mais fina com o universo.


Teve um dia em que eu recebi um sinal de que minha mulher me traía e aquilo machucava minha cabeça, como se algo tivesse brotando da testa, e me deixei levar por essa sensação, esperando uma luz, que esclarecesse esses sintomas.
Até que, finalmente veio uma explicação divina para o que eu sentia: não era nada daquilo que eu pensava, e sim, é que ela estava projetando em outros homens a minha imagem, em função de um desequilíbrio cósmico, proveniente de uma não-aceitação de traumas intricados de vidas passadas (pelo menos foi a explicação que a luz me deu, em frases de neon).
Desde então, eu durmo com a luz apagada.
A partir daí, passei a não mais me preocupar e sequer olhar para sinais e minha vida voltou ao normal.
A única coisa estranha que começou acontecer, é que o cosmo passou a me enviar várias multas de trânsito.
Sérgio Lisboa.