sexta-feira, 21 de março de 2008

DESCOBERTO COMO NASCE O CÂNCER

A economia de mercado, se não fosse tão determinante para nossas vidas e, geralmente, de forma negativa, daria para ser um prato diário delicioso para textos humorísticos.

Quando é somada ao jornalismo e apresentada somente com uma chamada no jornal ou na televisão, fica ainda mais hilária, vista isoladamente ou, da pior forma, ao lado de outra notícia completamente antagônica a ela, que juntas, acabam mais parecendo uma pegadinha do que uma notícia.

O sonho de todos é que, pelo menos uma vez, nem que seja por um mísero dia, o preço dos combustíveis baixe, mas as notícias se apresentam assim:

“Preço do barril de petróleo cai”.

“Gasolina sobe de novo”.

Os criadores do horário de verão, que faz com que o indivíduo leve três meses para se adaptar, e quando isso acontece, retorna o horário normal, levando mais três meses para se readaptar, para seis meses depois repetir essa agressão ao organismo, retribuem o nosso esforço com essas notícias:

“Horário de verão traz economia de 1%”.

“30% do PIB cai no ralo do desperdício público”.

A firmeza do governo em relação à crise econômica mundial parece não ser compartilhada pela maioria do povo brasileiro, mas podia não ter sido percebida, se os revisores jornalísticos tivessem mais cuidado:

“Governo não teme queda das bolsas no mundo”. “Crescem as vendas de papel-higiênico”.

Mas existe um tipo de diagramador, cínico, que quando está indignado, faz umas misturas de chamadas jornalísticas, que joga ao mar, feito garrafas-mensagens, como que a dizer :”bebam um pouca da verdade”, e acaba publicando pérolas como essa:

“Descoberto como nasce o câncer”.

“Iniciada a reforma política”.

Sérgio Lisboa.

ENGARRAFAMENTO CEREBRAL



Pesquisadores nos Estados Unidos descobriram uma razão plausível para a dificuldade que as pessoas têm de fazer duas coisas ao mesmo tempo. Um "engarrafamento" ocorre no cérebro quando as pessoas tentam realizar duas tarefas simultâneas, mostra uma pesquisa.

Alguns especialistas em trânsito, inclusive, já aproveitaram essa descoberta para explicarem às pessoas que os “engarrafamentos” de veículos nas cidades nunca existiram, eram apenas uma projeção neuro-psíquica dos nossos engarrafamentos cerebrais.
Este fenômeno, conhecido como "interferência da tarefa dupla" (essa nomenclatura foi difícil de criar), mostrou que a atividade neurológica faz uma “fila” para processar cada tarefa.

As coisas começam a fazer mais sentido, pois se nosso próprio cérebro faz uma fila para atender cada comando, imaginem se não iria ter fila no atendimento do INSS, onde a espera para os comandos cerebrais dos atendentes já está saindo pelos ouvidos, parecendo um brinco de cigana.

Agora eu posso respirar mais aliviado! Acabaram-se as brigas com a minha colega de serviço. Ela sempre falou que era incapaz de respirar e pensar ao mesmo tempo e eu não tinha paciência para com ela.
Desculpa, colega! Como fui insensível.

Outro que deve ter algum dano cerebral é o meu chefe, pois ele não consegue elogiar duas pessoas ao mesmo tempo, mas consegue reclamar de oito, enquanto come um pacote de biscoitos.

Também não vou mais reclamar do meu cunhado, quando ele esquecer de pagar o que me deve (o coitado sempre dizia que não conseguia me pedir mais dinheiro e me pagar ao mesmo tempo).

Um fato curioso foi o resultado da mesma pesquisa, feita com os participantes do “Big Brother”, onde se descobriu que não eram afetados por essa “interferência”, uma vez que nunca tinham dado mais do que um comando para seus cérebros, desde que nasceram.

Outra exceção do estudo foi com o grupo da classe política, pois foi descoberta uma região no córtex cerebral deles, que permitia fazer duas atividades simultâneas, dando-lhes condições privilegiadas (privilégios é com eles mesmo) para que possam servir à Deus e ao Diabo ao mesmo tempo.

Alguns estudiosos do assunto divergem dessa tese, alegando que não é o córtex deles que é diferente, e sim um novo fenômeno chamado “ interferência do jeitinho fácil”, onde suas células desenvolveram uma forma de passar na frente nos comandos cerebrais, numa espécie de venda de senhas da fila das atividades neurológicas.
Sérgio Lisboa.