domingo, 9 de março de 2008

O PERFIL DO SOCIOPATA

Dizem, os especialistas, que tem um perfil genético padrão em cada indivíduo, cujo comportamento é violento ou anti-social e que, identificam quem pode ter uma maior pré-disposição para cometer delitos.
As sobrancelhas muito juntas é um sinal característico de alguém que pode fazer mal para a sociedade (Se não me engano, o Faustão tem as sobrancelhas assim).
A amígdala avantajada é outra, não a papilar e sim a cerebral (se a gente tem amígdala no cérebro, talvez tenha cordas vocais e explicaria porque ouvimos vozes) é outra característica, que os estudos apontaram, recentemente.
Talvez tenhamos cordas vocais nos órgãos genitais e sequer saibamos, o que explicaria a irresistível atração da nossa região bucal para aquelas bandas.
Dizem que mão grande é um sinal de que o cara é chegado nas coisas do alheio. Como se sabe que as mulheres aprenderam no programa do Nelson Rubens, que quase todo o cara com a mão grande, tem 97% de chances de ter um “negócio” bem grande, esse meliante tem a maior probabilidade de enfiar a mão nas tuas coisas, lá na tua casa, quando você não estiver.
Outro sinal, desta vez, comportamental característico e que é definitivo para identificar um potencial candidato a causar problemas, é o que olha para baixo enquanto conversa com a gente. Esse é um dos mais perigosos, pois já está observando qual o número do teu sapato, para usar depois de te picar inteirinho e te enterrar no fundo do quintal.
Muito cuidado com esse. Minta para ele, dizendo que teu sapato é emprestado e não vai servir nele ou aponte para o céu, dizendo: ”Olha o avião!” e desapareça (mas nunca diga “Olha o avião da TAM, que ele vai continuar olhando para o chão).
Mas, talvez, o mais temerário deles, o número um, aquele que vai, com toda a certeza, acabar com teu sorriso e com tua esperança, é aquele que te pede para te representar e que, vai fazer tudo de bom para ti e para todos e ao invés disso, te torna cúmplice dos seus atos maquiavélicos, sem te deixar chance de voltar atrás, durante, pelo menos, quatro anos. Esse é um de fala mansa, paletó e gravata, que, até te olha nos olhos, pois investe no mercado negro do transplante de córnea, e não guarda remorso, nem arrependimentos, pois sua bagagem já está cheia de dólares.
Para fugir desse tipo, nem a morte adianta, pois ainda assim, ele vai levar uma beira no teu auxílio-funeral.
Sérgio Lisboa.

A VELOCIDADE DO TEMPO

Todos vocês já devem ter reparado ou ter a sensação de que o tempo, hoje em dia, voa.
Um dos motivos é a falta de sincronia entre os relógios e a rotação da terra, alterada através de ajustes, negados veementemente pelos cientistas, em que acelerou os dias, em um ou dois segundos e isso explica, agora, o porquê de, uma vez por dia, a gente cair sentado (é por conta da aceleração e não pelos escândalos do governo).

A vida moderna que levamos hoje é, também, a grande responsável.
Com os recursos tecnológicos disponíveis, com a instantaneidade das comunicações e das informações, faz com que, paradoxalmente, ao invés de termos mais tempo para relaxar e vê-lo passar, precisamos usar todo o tempo para nos informar mais, trabalhar mais, comunicar mais, cobrar e ser cobrado mais rapidamente, sem falar que, com o mundo sendo oferecido a nós, em nossa casa, cada segundo parado, dá-nos a sensação de que estamos sendo passados para trás ou que estamos perdendo alguma coisa.
Hoje levantamos mais cedo, deitamos mais tarde e parece que estamos sempre, perdendo tempo.

A semana passa tão rápido, que a gente chega no “happy hour” de sexta-feira, ainda palitando o dente da semana passada.
Passa o ano novo e já estamos procurando presentes para o próximo natal.
Se demoramos muito para contar uma piada nova, os caras dizem que nós já contamos ela mês passado.

Hoje, até a definição de viciado ou dependente, que, segundo alguns, é quem se utiliza de substância entorpecente, pelo menos uma vez por semana, tem que ser revista, por que, uma vez por semana, dá a impressão de ser todos os dias.

Num desses encontros de final de semana, estávamos numa rodinha de chopp, e junto conosco, um cara, cujo apelido era “mendigo”. Tinha esse apelido, pelo aspecto, pelas mesmas roupas que usava, em qualquer ocasião, seja para um casamento ou para consertar o freio do caminhão e, segundo dizem, tinha uma certa aversão a duchas, chuveiros e afins.
“Temos que poupar a água do planeta”, dizia ele, num discurso ecologicamente correto, de causar adesão.

Só que uma vez ele exagerou no hiato de tempo entre um banho e outro, de tal forma que, já estávamos às vésperas do natal e ele tinha preso ao cabelo endurecido, (acreditem!) uns confetes de carnaval.
Olha o tempo que o homem ficou sem banho!

Indagado sobre essa situação constrangedora e, como o assunto era a velocidade do tempo, ele não teve dúvidas e lascou: ”Isso não é relaxamento, meus amigos, é só a velocidade do tempo”.
Sérgio Lisboa.