sábado, 22 de março de 2008

É BOM SER CASADO?



Embora ser casado seja tão comum quanto ser solteiro, já fui perguntado mais de uma vez, sobre como é ser casado.
Em todas as ocasiões, dei um sorriso de surpresa e disse sem pensar: -É bom!
“É bom!??”. Acho que não convenceu muito.

Outras vezes, como não me veio uma resposta na hora, resolvi ser espirituoso e bem-humorado e disse : “Eu não posso te responder ainda, pois estou tentando fugir da igreja até hoje”.
É brincadeira pessoal, porque minha mulher também é minha leitora (Oi, amor!).

Eu acho que ser casado, independente da cerimônia religiosa e do estado civil tem, como todas as coisas, muitas vantagens e desvantagens.
Por exemplo: sendo casado, a gente só tem um lado da cama para se levantar.

A aceitação social e profissional, na maioria das vezes é melhor para os casados, o que já é uma vantagem.
Vocês já viram, né? “O quê? Você é solteiro? Sei não! Ou é bicha ou maconheiro!”
Além do mais, ser solteiro deve ser um saco: todos os dias temos um(a) namorado(a) novo(a).
Aqueles corpos novinhos, tudo duro, arriscando quebrar os dentes. Não me serve.
Se chega tarde ou se chega cedo, não tem ninguém para brigar contigo, nem uma reclamação. Isto é deprimente.
Se a descarga do banheiro está vazando, pode se escolher qual a estação do ano que vamos resolver arrumar e não qual o turno do dia de hoje.

Tem gente que é casada e vive como se fosse solteira. Faz o que quer, não se preocupa com os filhos, não perde nenhuma chance de ficar com alguém que surge, só tem que gastar um pouco numa parede a prova de ruídos para não dar show todos os dias para os vizinhos e comprar um capacete para o pau de macarrão. O resto é moleza.

Esses dias, o meu irmão chegou para a mulher dele, dizendo que iriam completar 15 anos de casado.
Ela, toda alegre, disse: “Que ótimo, amor! Vamos comemorar?
E ele, para surpresa de todos, disse: “Vamos comemorar, nada. Eu vou comemorar. Com 15 anos de casado, já tenho direito a liberdade condicional”.

O meu casamento, isso eu tenho certeza, vai durar para sempre.
A minha confiança nisso que eu afirmo para vocês, não é por causa de uma união abençoada, de um amor eterno, de uma maturidade de caráter, de um encontro de almas gêmeas, nada disso.
A minha certeza de afirmar que meu casamento vai durar para sempre é que prometemos ficar juntos, até o dia em que concordarmos com alguma coisa.
Pelo andar da carruagem, vamos ficar juntos para sempre.
Sérgio Lisboa.

O EFEITO BORBOLETA



Todo mundo já ouviu falar deste livro e desta teoria que prega que, qualquer ação, por menor que seja, em qualquer lugar do planeta, sempre ocasiona algum tipo de conseqüência, em outro ponto, mesmo que distante do inicial.
A tese-símbolo desta teoria é que, o simples bater de asas de uma borboleta no oriente, acaba gerando uma inundação no ocidente.

Indo nessa linha, sou capaz de me lembrar de vários fatos que fizeram a história de nosso país, que, de alguma forma, dão respaldo á essa teoria:

A eternização do Faustão, que parecia apenas uma coisa inconseqüente, acabou gerando o programa “Pânico Na Tevê”;

As novelas que hipnotizam as mulheres, que acabaram contribuindo para o alcoolismo nos maridos;

O futebol na tevê, que fez a mulher começar a olhar e pensar no vizinho, que para nossa sorte, também vê futebol (o único vizinho que não gosta de futebol, também não gosta de mulher);

A renúncia de Collor, embora não tão simples, gerou dois, ou quem sabe três mandatos de Lula.
Assim como a atuação de Collor foi bem menos poética do que um bater de asas de uma borboleta, os dois ou três mandatos de Lula são bem mais arrasadores do que uma inundação.

Aliás, essa teoria casa com os problemas brasileiros de tal forma que não se consegue imaginar outros extremos : um governo que é frágil como o bater de asas de uma borboleta, quando se posiciona externamente e arrasador como o efeito de uma inundação, quando tem que ter posições com relação às intervenções internas.

Isso faz a gente até ter pensamentos mais criativos com relação a essa teoria, lançando o efeito capacho.

Essa teoria, do efeito capacho, reza que sempre que alguém se deixa pisar por outro alguém, em qualquer parte do mundo, acaba gerando um efeito dominó, em que todos acham que podem pisar em qualquer um, o que causa uma apatia geral e uma aceitação passiva das ingerências externas, inclusive em nosso meio.

Estou falando de nossa casa, de nosso emprego e de nosso país.

Quanto a mim, eu acredito no efeito borboleta, pois um dia em que eu saí, por aí, solto porque minha mulher estava viajando, livre como uma borboleta, acabei com um pau de macarrão na cabeça, quando ela voltou, que até hoje ostenta um galo na minha testa.
Essas teorias funcionam mesmo!
Sérgio Lisboa.