domingo, 4 de maio de 2008

EU QUERIA PERDER O MEDO

Eu queria perder o medo de tentar.
Eu queria perder o medo de inventar o futuro.
Eu queria perder o medo de ser o que realmente sou.
Eu queria perder o medo de tentar atingir uma condição sublime.
De me desapegar.
De deixar o outro voar.
De viver com base naquilo que realmente me importa.
De acreditar que posso ter o controle de minha própria vida.
De ser paciente.
Eu queria perder o medo.
De resolver tudo aquilo que está mal resolvido em meu coração.
De ter coragem.
De ir em frente.
Eu queria perder o medo.
De ser despido de orgulho.
De não esperar o fim para descobrir as coisas que eu gostaria de ter feito.
De ter um objetivo.
De viver sem sentido.
De pensar que ainda posso mudar o meu futuro.
De me reunir mais com minha família.
De adversidades.
De oportunidades.
Eu queria perder o medo.
De procurar a felicidade dentro de mim e não dentro do outro.
De felicidade.
De liberdade.
De descobrir as causas de meus sentimentos e emoções.
De assumir o meu papel que é único no mundo.
De fazer perguntas e procurar respostas.
De ser bem sucedido ou não.
De evitar o conflito com quem amamos.
De evitar odiar com quem nos conflitamos.
De mudanças.
De dizer adeus.
De coisas importantes.
De dizer que amo.
De desapontar.
De perder.
De me iludir.
Eu queria perder o medo.
De me desculpar.
De não me culpar.
Eu queria perder o medo de acreditar que não preciso nunca mais sentir medo.
Eu queria perder o medo de encontrar a paz.
Eu queria perder todos os medos que vivem em meus pesadelos e encontrar todas as alegrias que vivem em meus sonhos.
(Extraído do tanto que se lê na Web)
Sérgio Lisboa.

A PUREZA DE UM BALÃO



Padres acusados de pedofilia já não é novidade e bem que esse padre voador, que sumiu no mar, ao reunir um grande número de balões de festa para tentar voar com eles, usando um ícone da fantasia infantil, serviria de forma simbólica para redimir um pouco os colegas de batina.



Eu li que ele já havia sido expulso de um curso de vôo livre, por indisciplina. Eu sempre imaginei que a disciplina era o básico, seja para uma ordem religiosa ou para uma atividade técnica e perigosa como a aviação.



Pobre das crianças. Hoje estão cercadas de traumas cada vez mais fortes. De serem jogadas pela janela, de padres que levam seus balões, de pornografia infantil.



Eu acho que toda a criança sempre quis saber onde vão parar os seus balões que o vento arrancou de suas mãos.



Um padre resolveu fazer esse teste em nome das crianças.


Foi embora, levando consigo nossas fantasias, nossos sonhos, nossas dúvidas, nossos balões.



Qual a razão prática de alguém querer ter conseguido bater o recorde de vôo com balões de festa.



O próximo recorde a ser batido talvez fosse o de salto de pára-quedas só agarrado ao chapeuzinho de aniversário?



E o recorde de travessia sobre um precipício caminhando sobre uma “língua-de-sogra”, movida a compressor de ar?



Poderia ser a travessia do atlântico em cima de uma bandeja de brigadeiros?



Quem sabe o recorde de tempo de permanência sem respirar com a cara enfiada dentro de um bolo?



Também o recorde de distância percorrida, caminhando sobre velas de aniversário acesas, daquelas que sempre reacendem?



Quando as crianças forem a algum parque de diversões ou a uma festa infantil, passarão a olhar com outros olhos para os balões de festa. Elas sempre lembrarão que eles podem levá-las para bem longe e nunca mais voltar.



E quando avistarem, a partir de agora, um padre, os vendedores de balões estarão proibidos de vender para eles, sob a acusação de incitação ao suicídio.



Fica dessa experiência do padre voador, uma indagação que se mistura com a devoção e bondade de um sacerdócio com a pureza de uma fantasia infantil que representa os balões:



Se essa menininha que foi jogada pelos pais pela janela, ao menos tivesse em suas mãos um balão de festa?


Sérgio Lisboa.