segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O BRASIL EMERGE NA ENCHENTE



(Sérgio Lisboa)
O país acordou estarrecido com a catástrofe que se abateu em Santa Catarina, um dos Estados mais belos do Brasil e certamente um dos pedaços de terra mais exuberantes do mundo.
O que se viu em função deste grave problema foi todo o tipo de atitudes, desde a mais pura solidariedade até a mais vil rapinagem que deixariam anjos constrangidos e corvos e urubus enrubescidos. Viu-se tristeza, carinho; viu-se força e superação.

Uma tragédia destas dimensões faz aflorar tudo de bom que cada indivíduo possui e por conseqüência, por serem feitos de indivíduos, faz aflorar também tudo de bom que o Estado e a iniciativa privada possuem.
Viu-se a Polícia Militar abordando indivíduos suspeitos de saques a residências abandonadas, com uma gana e com um respaldo popular jamais sentidos e trocados entre população e polícia. Grandes empresas responsabilizando-se por donativos e suplicando pelas doações. O Ministério Público fazendo parcerias e fiscalizando o bom andamento das doações. Crianças doando o pouco que possuem e ajudando a carregar os mantimentos.

Alguém já disse e durante todo o tempo se repetiu que o Brasil é um país abençoado por não ter terremotos, enchentes, maremotos, ataques terroristas e invasões de exércitos estrangeiros (e precisa?).
Os Estados Unidos a maior força nacional do mundo em todos os sentidos materiais, sofre o tempo todo com a inclemência da natureza, seja com nevascas, furacões, maremotos ou com constantes preocupações com ataques terroristas. Todos estes problemas ao invés de debilitar os EUA, criam nele uma solidariedade e um sentido de unidade pátrias raramente vista em outros lugares.

Ficou com mais esta tragédia nacional, a lição de que todos nós não podemos esquecer, como um capítulo de auto-ajuda, que somos muito solidários, que somos muito unidos, que somos muito generosos, que somos gente boa.
A união deste país em torno de uma tragédia nacional, sem parar para pensar, sem orquestramentos, sem partidarismos, sem terceiras intenções, fez com que nós voltássemos a acreditar que o Brasil é sim, o país do jeitinho, mas do jeitinho carinhoso de ser solidário, do jeitinho doce de ser amigo, do jeitinho forte de ser protetor, do jeitinho sério de ser justo, do jeitinho constrangedor de dizer que os canalhas precisam mudar de ramo. Falta apenas obrigá-los a morar nas encostas dos morros.

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