Por que a gente aprendeu tanta coisa ao longo da longa vida escolar?
Já foi dito por um grande mestre em educação que, se os alunos não conversam no recreio sobre o que acabaram de ouvir em sala de aula, alguma coisa está errada.
Aprendeu-se a dividir, mas depois a vida não perdoa quem não pensa só em somar.
Aprendeu-se sobre química, sempre numa visão matemática, somando-se os elementos, mas nada sobre ficarmos completamente a mercê de alguém, por pura química.
Sobre física nos disseram que dois corpos não poderiam ocupar o mesmo lugar no espaço. Vai ver que nunca fizeram amor.
Aprendeu-se sobre a história de grandes homens e conquistas, só mais tarde é que fomos descobrir que tudo não passou e até hoje não passa de ganância econômica.
Aprendeu-se a ler, mas não a interpretar.
Aprendeu-se a escrever, mas não o que é importante escrever.
Aprendeu-se a decorar ou memorizar e isso nos fez esquecer de interiorizar o conhecimento ou de assimilar a lição.
Não estou fazendo nenhuma crítica a um dos mais importantes agentes desse processo que é o professor, pelo contrário, ele também é uma vítima dessa ditadura que impõe uma enxurrada de carga horária e de disciplinas, cada vez mais distante da realidade em que vivemos.
De todas as coisas que aprendi na escola, talvez a mais repetida delas, tenha sido a tabuada, com suas multiplicações decoradas tipo, “dois vezes dois é igual a quatro”. Me lembro, como se fosse hoje, que o meu professor fez questão de frisar que era importante lembrar, pelo menos essa multiplicação: “dois vezes dois é igual a quatro”.
Talvez, como uma espécie de guardião de um “Código da Vinci” educacional, passado de mestre para mestre, a tabuada fosse o mais forte sinal do que a vida nos reservaria no futuro: verdadeiras “tabuadas” no lombo, que acabariam nos deixando literalmente de quatro.
Sérgio Lisboa.
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