sábado, 9 de fevereiro de 2008

MAC GYVER



Tem vezes que tenho vontade de ser o Mac Gyver.


Lembram dele. Aquele personagem da série de televisão, que resolvia tudo com habilidade e conhecimento científico. Com um fio de cabelo e uma caixa de fósforos, ele explodia uma ponte. Ele mesmo. O Mac Gyver.


Já pensou no que ele não faria com um alicate e um vidro de perfume? Invadia o Iraque (pensando bem, isso já foi feito, mas sem perfume).


Certa vez, com um vidro de pimenta e uma caixa de pregos ele fez uma metralhadora.


A melhor foi aquela em que ele, com um cubo de gelo e um grampeador, fez um ultra-leve. Teve problemas para voar, no início, é verdade, mas depois foi que parecia uma pluma, pelo menos até derreter o cubo de gelo.


Aqui no Brasil também temos os nossos Mac Gyvers. Tem, por exemplo, o cara que consegue só com o ensino fundamental, ser presidente. O que consegue de dentro da cadeia, comandar melhor a empresa criminosa do que se estivesse do lado de fora (acho que esse não é Mac Gyver e sim, o Houdini). Tem o cara que tem isenção de impostos desde a idade média, e publica indignado a lista dos sonegadores. O cara que com uma simples eleição, multiplica por um milhão o seu patrimônio.


Alguns que com apenas uma caneta, acaba com as esperanças de milhões.


Eu gostaria de ser o Mac Gyver, para, mesmo estando amarrado ou algemado, mudar o destino de alguém, só com um sorriso.


Eu gostaria de ser o Mac Gyver, para poder dizer que com uma linha, dá para fazer muita coisa: costurar uma amizade ou ligar para alguém para dizer que a ama.


Vou parar por aqui que isso já está parecendo bichice.


A série de televisão citada se chamava “Profissão Perigo”. Já era uma antevisão do que passariam os brasileiros, convivendo entre a bandidagem fora da lei e a bandidagem dentro da lei.



O Mac Gyver verdadeiro, na época do auge de seu sucesso, esteve no Brasil para a filmagem de mais um episódio da série.


Acostumado a resolver grandes problemas com o mínimo de recursos, ele foi convidado para passar um mês com o salário-mínimo do brasileiro, o que prontamente recusou, dizendo:” and your ass, don’t go anything”? Traduzindo : “Faço coisas impossíveis e que parecem fantasia, mas isso já é forçar a barra”.


Sérgio Lisboa

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